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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O Novo

Ela de volta!
É hora de trazer novamente um pouco do mundo da K.M.

Minha alma jaz
No lodo da covardia.
Não levem-na e nem
Permitam-me fazê-lo.
Lodo verde,
Sem esperança.
Afiada lança,
Triste dança.
O epitáfio diz:
Patiu a alma
Infame, efêmera
De tão doente,
Deitou-se,
Recostou-se,
Matou-se,
Na covardia.

Kelly McCartney

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Agradecimento dos Editores

Olá, pessoal!

Foi demais trabalhar em parceria com vocês!

O blog, nesse primeiro momento, cumpriu uma etapa proposta pela FaBCI. Um super agradecimento para todos que participaram, vocês fizeram a diferença.

Aqui, eu e o Edson, tivemos a oportunidade de desenvolver atividades  como editores, foi ótimo, aprendemos muito.

Também mostramos o trabalho da nossa colega Kelly McCartney, foi significativo para nós, acreditamos que para ela também.

Aos professores que participaram das atividades, escrevendo ou comentando, muito obrigado.

Em especial: professora Tânia, você foi fantástica, valeu pelo incentivo, apoio e idéias.Professora Andréia, sem palavras, suas aulas foram excelentes.

You Rock!

Diego e Edson

segunda-feira, 30 de maio de 2011

P. M. D. (Partido Mundial do Diabo)

nOTÍCIAS DOS JORNAIS DO bRASIL

escandalos no congresso, Acusados do escândalo de Campinas estão liberados,O enriquecimento do Ministro Antonio Palocci, Pimenta Neves chega à prisão 11 anos após matar Sandra Gomide, Prisão em que Pimenta Neves cumprirá pena abriga "famosos," isso é política ou politicagem? 

A nossa poetiza Kelly também trata desses temas polêmicos.


P. M. D. (Partido Mundial do Diabo)

Soube da boca pequena, que o Senhor das Trevas, pretendia candidatar-se ao cargo de ditador mundial. Trabalhou arduamente em sua campanha até que conseguiu formular um plano de governo compatível com seus ideais enquanto ditador...

Olá, caros macacos,
Apresento-me de antemão:
Seiscentos e sessenta e seis
Meu nome é Lúcifer, o caramunhão.

No meu governo,
Pregarei o sofrimento.
Pessoas morrendo de fome,
Sem casa nem saneamento.

Como quero vocês mortos,
Não haverá hospitais.
Talvez eu até brinque
De torturas medievais.

Transporte público,
É desnecessário,
Pois não haverá trabalho,
Nem tão pouco, salário.

Entretanto haverá impostos
Para que eu possa viajar,
De Pompéia ao Saara
E sob o sol descansar.

Segurança pública
É pura mitologia,
Sendo permitida
Até a antropofagia.

Dispenso quaisquer mascotes;
Nem estrelas, nem tucanos,
Apesar de serem meus servos
Há muitos e muitos anos.

Para que isso aconteça,
Exijo o seu voto.
E se eu não o tiver,
O resultado eu saboto.

Então, eis o meu slogan:
Para morrer e sofrer,
Vote lúcifer presidente
E você vai se f...er!!

Aconteceu que, o Senhor das Trevas venceu as eleições* e agora, todos estão definhando e morrendo como o previsto em sua campanha. As pessoas dizem: “Viva Lúcifer, ditador honesto e ético”.

*Houve uma fraude nas eleições. Por ordem de Lúcifer foram assassinados Hades, Ares e Tanatos, candidatos que aspiravam ao cargo de ditador mundial.

Kelly McCartney

terça-feira, 24 de maio de 2011

Mulheres

Segundo Martha Medeiros, "Há homens que têm patroa, há homens que têm mulher e há mulheres que escolhem o que querem ser". O que seria de nós homens sem elas?

Mulher

Ser mulher é ser diferente.
É mudar de humor de repente!
Às vezes bate uma angústia danada na gente…
Outras vezes pulamos de contente!
Carregamos no ventre uma semente e quem diz que é o sexo frágil, mente!
Gerentes, presidentes ou assistentes…
Somos inteligentes.
Mas na bolsa não dispensamos o batom, o espelho e o pente!
Umas prudentes, outras irreverentes.
Na TPM ficamos super carentes.
Contrariar, nem tente!
Não tem quem nos agüente!
Vênus, Hera ou Afrodite?
Não é importante…
Tantas são as faces deste brilhante.
Mulher… Quem nos entende?

sábado, 21 de maio de 2011

"Momento Mel de Abelha"

Olá, amigos da Poética de K.M!  Este post é curto, no entanto, muito significativo. Aprecie sem moderação e sem razão.


Nuvens e sol; nuvens para caminhar, sol para esquentar. Nós caminhamos e esquentamos um ao outro...



Kelly McCartney

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Cultura de Massa

Neste post iremos apresentar alguns conceitos sobre Cultura de Massa e um pequeno vídeo orientado pela Professora Andréa C. e produzido por mim Edson Soares.


Cultura de massa  atualmente possui conceitos  amplos, abrangendo, muitas vezes, toda e qualquer manifestação de atividades ditas populares.

Do carnaval ao rock and roll, do jeans à coca-cola, das novelas da televisão às revistas em quadrinhos tudo, hoje, pode ser inserido no cômodo e amplo conceito de cultura de massa.

A massa é sempre, e necessariamente passiva. Ela não age racionalmente e por sua conta, mas se alimenta de entusiasmos e idéias

A massa é como a areia movida pelo vento. Movem-na apenas anseios: o dinheiro, a facilidade, o luxo, o prazer, o prestígio.

A inserção na massa lhe impõe que se vista como os outros, que coma como os outros, que goste do que gostam os outros

Ser, pensar, agir, estar sempre, obrigatoriamente, como os outros é amoldar
- se inexoravelmente a esse implacável
“deus” chamado “todo mundo”.

É renunciar à própria individualidade, trocando-a pelo amorfo e medíocre “eu coletivo” da multidão.

Inserir-se na massa é socializar a si mesmo.

A massa é, portanto, o povo degenerado

Para concluir, podemos simplificar dizendo que cultura de massa é tudo aquilo que está na “moda” e não a cultura que é passada para nós através de gerações, é “ir na onda”.




                                                                             
http://ofcbruno.wordpress.com/tag/cultura/

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Administração Poética

Olá, folks!

Posso dizer que o poema em questão é um dos meus preferidos. Foi escrito pela K.M em 2009. A publicação original aconteceu no meu blog pessoal: Diego's Francora Blog.

Acredito que muitas pessoas irão se lembrar das aulas do professor Fernando Durand. Há uma relação muito estreita com os grupos formais e informais que se formam dentro de uma empresa e etc. K.M traz também um pouco da sua percepção e desejos sobre o assunto.

Administração Poética

Colocaram-me entre eles
E não os conhecia.
Sua existência
Era ignorada por mim.
De maneira fortuita,
Fomos todos agrupados
Num determinado espaço,
Por um determinado motivo.
Não escolhi estar com eles,
E de certo, eles não me escolheram.
Entretanto, estivemos juntos
Do começo ao fim.
E fomos nos conhecendo…

Administração Poética II

Conheci a todos eles,
Embora os laços de amizade
Só fossem estreitos
Com alguns deles.
Nesse momento,
Surgiu um pequeno grupo
Que não era arbitrário
À nossa vontade.
Nossas afinidades se encontravam
Nas formas de pensar e agir.
Éramos muito semelhantes
Em quase todas as coisas.
E alguém alheio surgiu…

Administração Poética III

Um homem que não fazia parte
Do grande grupo e nem do meu,
Chegou furtivamente
E se dirigiu a todos nós.
E sua voz suave e mansa
Refrescou nossas ânsias
E preocupações grupais,
Fazendo-nos apenas enxergá-lo.
Suas mãos eram brancas
E seu olhar felino e predatório,
Não nos causava temor,
Apenas calma.
E ele exerceu o seu poder…

Administração Poética IV

O seu poder era pleno,
Especialmente sobre mim,
Que o desejava e cobiçava
E o queria em meu grupo.
Sonhava realizar com ele,
Um trabalho contínuo e repetitivo,
Um trabalho que fosse árduo
E cujo produto fosse o nosso prazer.
E esse prazer seria alcançado
Mediante os movimentos ideais,
A fim de que não houvesse desperdício
De suor, saliva e fluidos.
E assim, nos administraríamos…

 Kelly McCartney

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Ação Cultural

Galera que acompanha o nosso blog

No decorrer desse semestre aprendemos muitas coisas sobre Ação Cultural com a Professora Tânia C., e agora nessa postagem falarei sobre alguns conceitos aprendidos. Espero que gostem e opinem.

Ação Cultural

A ação cultural funciona como um instrumento de desenvolvimento humano, ou seja, o conceito de ação cultural é despertar no indivíduo a criação de suas próprias idéias, tirando suas próprias conclusões sobre qualquer assunto apresentado. E através dessa conscientização o indivíduo se torna um cidadão que conhece seus direitos e deveres perante a sociedade. No entanto, a biblioteca se tornou passiva diante da população e não produz mecanismos para atrair a camada mais pobre da sociedade. E nesse caminho que deve entrar o bibliotecário como um mediador da cultura.

No texto A cultura do centro Milanesi (1997, p.131) diz que há dificuldade de se conceituar cultura, e de identificar qual é o espaço mais adequado para trabalhar a cultura, habitualmente no imaginário coletivo ou senso comum cultura está associada há uma classe de elite tradicional (dentro de um contexto de uma minoria), pessoas em condições de privilégio. A ação cultural como política livresca.

Segundo Milanesi, para muitos brasileiros: O homem culto se revela quando fala ou quando transcreve a sua fala por meio da escrita. Na sociedade brasileira “O que prevalece é a idéia básica de consumo, o “ter para ser”, a posse de bens materiais e até mesmo simbólicos.

Quem não conhece uma “Perua Rica” ou ganhador (a) de  “reality show” que nunca freqüentou um ambiente escolar, seu linguajar é muito pobre, entretanto agora esta muito bem capitalizado, freqüenta os melhores lugares e faz questão de ostentar o luxo e o glamour. Um exemplo caricato é o caso da Lady Katy (Programa Zorra Total), uma ex-prostituta que ficou com a herança de um Senador, ela sendo de origem pobre (fala medíocre) e agora toda endinheirada ela tenta pertencer à alta sociedade e o seu bordão  principal é: EU TÔ PAGANDOOOO!!!!. Entende-se: “quem tem grana é que manda”.

É aí que entra a cultura de massa através da tv e de outros canais de comunicação, a popularização da cultura de elite, ou seja, conhecimentos para os operários e qualquer outro cidadão comum, no entanto é uma cultura de “casca”/ superficial é a adaptação do conhecimento como um todo determinado pelo consumo.

A ação cultural realizada pelos profissionais da informação objetiva a dinamização e a mediação da informação, utilizando-se de estratégias e de ações criativas e inovadoras, que despertem o interesse de um público rodeado por uma realidade muitas vezes problemática.

Como é o caso desse Blog de poesias, que faz parte da ação cultural. Poesias de uma aluna de Biblioteconomia e CI, que estava descontente com o curso e  não se dedicava (ela não se interessava pelas aulas),e através da criação do mesmo sobre a supervisão e monitoramento das Professoras Andréa C. (Editoração Eletrônica) e principalmente da Professora Tânia C. (Ação Cultural) houve uma enorme mudança de comportamento. Aquele talento que estava oculto aflorou e hoje ela é uma aluna mais dedicada e  participativa. Todo esse trabalho de divulgar suas poesias através do blog trouxe um novo ânimo para Kelly. Isso é o que eu chamo de Ação cultural, provocar mudança na vida das pessoas.


Edson Soares

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Comentário do Professor Contador Borges sobre o poema: Olhando Para o Oceano

Agradecemos a colaboração do Professor Contador Borges, que atenciosamente atendeu ao nosso pedido contribuindo com um filosófico comentário sobre o poema: Olhando Para o Oceano - Kelly MacCartney.


O mar de Kelly MacCartney

A poesia de K.M. que começa a tomar forma sob o princípio de Apolo, Deus grego da harmonia e da luz, já mostra no úmido de sua nascença um impulso de escrita que fala por si em peças descritivas e declarativas em tonalidade bem temperada entre lirismo e ironia. Neste poema, constituído de seis estrofes e versos irregulares, o eu lírico declara nunca ter visto o oceano, movendo o tônus poético para o lugar do suspense, onde o leitor apanha o dardo lançado com os olhos e o leva adiante, pois é desta liberdade bem aventurada que goza toda leitura feliz. Por isso mesmo, o mar de que fala o poema surge numa descontinuidade entre um dado inexistente “Nunca vi o oceano” e o mar declarado pelo poema, o mar-artifício que nem de água é: “mar de terra,/seca, infértil”. O poema renega o mar “verdadeiro”, para colocar-se, desde logo, sob o signo da recusa e deste modo explorar, no contraste, alguma possibilidade de reflexão através do choque das figuras agenciadas, inconcebíveis, inusitadas figuras: “ossadas de boi” e “cobras-moréias”. Nesta hipóstase de matéria real imaginada (o “oceano de água salgada”) em substância propriamente poética (o mar negro dos signos), surge uma vocação primordial do meio líquido da vida no planeta, revelada em antítese, ou seja, a de ser “cemitério,/ Dormitório aquático,/Casa de Ulisses,/ Stuart e tantos outros”. Com o território do poético assim demarcado, o leitor já pode admitir que o oceano de K.M. pode acolher, transubstanciado, qualquer elemento estranho, que pelo poder imanente da arte, torna-se objeto próprio em cercania íntima, pois a graça da poesia também consiste em recriar o solo da vida para revelá-la ainda mais vital. É nesse momento que o leitor se depara com um sujeito mais distanciado (o narrador do poema), que desfaz a ilusão de início como se sofresse um “choque de realidade”. Imediatamente sentimos que outras águas mais concretas, por assim dizer, invadem o oceano lírico que sob efeito inusitado se mostra cada vez mais irônico e, por isso mesmo, crítico: “Quando vi o oceano,/ Tão azul, extenso, / Pensei: quanta água! / De onde veio?”. Não será difícil, neste instante, somarmos internamente os mares navegados em nossa trajetória existencial, já que como lembra o melancólico dito português: “navegar é preciso”. Pois é navegando nas breves águas deste texto que participamos do impacto sofrido pela persona da poeta, a qual, trazendo para dentro d’água suas referências de vida, sente o sal tocando em sua língua e, inebriada (e ao mesmo tempo irada), prenuncia na pergunta: “Vou virar carne-seca/ E cozinhar aqui, /Junto com o lixo?” É deste modo que o poema vai destilando seu amargo senso de realidade, mas nem por isso perdendo em lirismo, pois também é mister da poesia o caráter reflexivo por vezes disfarçado como uma segunda pele: “Sim, havia lixo.../ Por que está aqui? / Além da vala, / Oceano é aterro?”. O poema poderia até terminar neste ponto, isto é, suspender seu tempo verbal, deixando seu efeito suspenso como é costume neste gênero. Mas K.M carrega um pouco mais suas ondas em mais uma estrofe para, quem sabe, reforçar seu sentimento mesclado de admiração e revolta, dois sentidos grandiosos que a poesia há tempos tem feito ecoar em multifárias conchas homéricas.
Contador Borges

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Olhando Para o Oceano

Galera bom dia, mais uma obra de Kelly McCartney 
Utilizando-se do seu humor sarcástico a poetiza fala sobre o oceano...

Nunca vi o oceano...
O único mar que eu vi,
Foi o mar de terra,
Seca, infértil,
Cujos peixes eram
As ossadas de boi
E as cobras-moréias.

Nunca vi o oceano...
Nem sabia que
Ele também servia
De cemitério,
Dormitório aquático,
Casa de Ulisses,
Stuart e tantos outros.

Quando vi o oceano,
Tão azul, extenso,
Pensei: quanta água!
De onde veio?
Seria mais útil
Ao meu mar de terra,
Que sendo cemitério...

Vi o oceano e nele entrei
O sal tocou a língua
E pensei: quanto sal!
Para quê tanto?
Vou virar carne-seca
E cozinhar aqui,
Junto com o lixo?

Sim, havia lixo...
Uma garrafa quebrada
Mordeu minha perna.
Pensei: quanto lixo!
Por que está aqui?
Além de vala,
Oceano é aterro?

Ah oceano triste...
Abrigo do lixo,
Casa da gente,
Imenso e salgado,
Tão azul e eu aqui,
Bobo, ainda penso:
“Quanta água”...

Kelly Dayane

domingo, 1 de maio de 2011

Comentários dos alunos, Nova Senzala, Novos Escravos

Olá, amigos!

Recebemos alguns comentários acerca do poema Nova Senzala, Novos Escravos. Ficaram ótimos! E o melhor de tudo, essa ação foi o resultado de uma interação entre os alunos de Administração e Sociologia da FESPSP.

Nosso muito obrigado aos que fizeram parte disso.

Comentários:


“Muito interessante a analogia. Realmente deixamos a escravidão de lado para dar lugar à outra forma de opressão: quem são os novos escravos? Quem são os novos agregados da sociedade, que não têm lugar próprio e não podem se suster sem fazer parte do “sistema”, sem estar à custa de outros? Escravos da profissionalização, da cultura industrializada, do gosto dirigido, do consumo induzido e do sentimento construído”.


 Luciana A. Santos - Sociologia


“Em um simples poema, entendendo as entrelinhas do que vivemos hoje, a escravidão do capitalismo. Estamos todos presos a essas senzalas e podemos contar somente com uma saída...educação para viver melhor a vida!!!”

Rose Bernardo – Administração (FESPSP)


“O poema apresenta, em uma possível interpretação ,o surgimento do capitalismo no Brasil, mostrando como, no conceito weberiano de “jaula de ferro”, estamos todos presos em uma estrutura que desumaniza   os homens,   independente da cor da pele. Os homens, como se percebe pela leitura, sempre foram externamente diferenciados por si mesmos , mas as estruturas de poder só mudam os disfarces, permanecendo estruturalmente iguais”.

Maite Garcia – Sociologia


“O discurso corrente é de que haverá uma mudança radical na consciência das pessoas pela educação, ouço isso desde muito jovem. Meus pais “iletrados nordestinos” sempre valorizaram isso, lembro-me de minha mãe sempre afirmar que não trabalharíamos, mesmo que por necessidades materiais ínfimas se não estudassemos até atingir um certo grau na escola. A educação era nossa prioridade. É claro que isso não foi possível em tempo integral, mas sempre se fez questão de que só teríamos condições de igualdade quando nos tornassemos  iguais no sentido do esclarecimento de mundo, de posições sociais como verdadeiros iguais, começando pelo conhecimento da história e de nosso valor como iguais SERES humanos.
Realmente, esse poema é muito atual, continuamos atados aos troncos das senzalas urbanas, endividados, morando mal, valorizando o nosso empreguinho e vivendo à mercê do relógio. Enquanto mantivermos nosso ideal de padrão burguês estamos alimentando a cultura dominante, todos “letrados”,usando esse conhecimento para manter a mesma estrutura escravocrata, enquanto isso a classe não-dominante continua reclamando que o mundo é cruel. Cabe a cada um buscar seu espaço, tomar consciência de mundo e sair do “gueto” desse mundo paternalista e buscar esse novo sentido para a vida. Isso vai se dar somente através do conhecimento, quando você for buscar o conhecimento a sua consciência abre para o mundo e você vai ver que somos REALmente todos IGUAIS! Enquanto isso não acontecer a esperança esta aí para te acalentar.
AÇÃO! Simplesmente AÇÃO!”

Cecília Melo – Sociologia


“Bom em relação ao poema acredito que o mesmo reproduz a realidade social não só dos brasileiros, mas também a realidade de diversos países. Contudo, na minha humilde opinião não são mais as indústrias e os seus respectivos donos os verdadeiros coronéis, e sim as grandes empresas que prestam serviços aos consumidores(exemplo: telefonias, tv a cabo e entre outras)”.

Beatriz Okiyama - Sociologia

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Nova Senzala, Novos Escravos

Olá, Pessoal!


Muitas coisas são significativas e não podem passar em branco. O Poema em questão retrata isso. Esperamos que vocês curtam, comentem, compartilhem e transformem.

Nova Senzala, Novos Escravos

Os engenhos urbanos
São grandes indústrias.
E seus donos (senhores)
São coronéis-empresários.

Escravizados são agora,
Negros, brancos, amarelos,
Numa vasta miscelânea
A serviço do poder.

Os grilhões do aluguel,
Roupas e alimentos
Atam esse novo escravo
No tronco empresarial.

Casebres de madeira,
Ou mesmo tijolos nus,
Favelas, grandes senzalas
Guardam o trabalhador.

Entretanto, a abolição
Desse escravo vem por meio
Do esforço de se letrar
Na cultura elitista.


Kelly McCartney



*Texto produzido durante a aula de “Ação Cultural”, ministrada pela profª Tânia Callegaro, que num equívoco, trocou a palavra “senzala” por “favela”.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

As mulheres segundo Cecília Meireles


Lua Adversa

Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...

Cecília Meireles


domingo, 10 de abril de 2011

Sobre o Que se Pode Perder

Olá, pessoal.

Vamos postar hoje algo bem especial. Esse é marcante. Esperamos que vocês gostem.

Sobre o Que se Pode Perder

Asa...
Passarinho quebrou,
Nunca mais voou.

Pétala...
Da rosa caiu,
Congelou no frio.

Casa...
Vai-se com a terra,
No lamaçal se enterra.

Eu...
Nunca mais voei,
Congelei e me enterrei...

Kelly McCartney

sábado, 9 de abril de 2011

"Gilda"

E aí galera!!!!!


Segue mais uma obra da poetiza  Kelly Maccartney, estrela maior desse  Blog 


Gilda

Pobre Gilda...
Pobre,
Feia,
Gorda, Gilda...

Seu rosto era um terreno
De arredondadas valas
Onde jaziam brancos
E imensos cravos,
Além de trazer consigo
Uma fachada triste
Enfadonha, deprimente.

Seu ofício era o ócio
Pois seu intelecto,
Deveras limitado,
Impedia-lhe de, sequer,
Ter um emprego,
De sustentar-se,
Ser alguém independente.

Seu corpo era reduto
Da gordura animal,
Da gordura trans e
Daquilo que é daninho.
Entre suas pernas,
Indícios de desuso,
Da falta do falo.

Pobre Gilda...
Pobre,
Feia,
Gorda, Gilda...

Por entre os dentes podres,
O cano da pistola.
De seu crânio vazio,
A bala carregava
As dores e angústias,
Todos os traumas que
Abateram-na ainda viva.

No velório, apenas a mãe.
Sem amigos ou parentes,
Sem amantes nem indigentes.
Ninguém mais para chorar,
Lamentar sobre seu corpo,
Paquidérmico, boçal,
Que há muito padecia.


Gilda chegou, afinal.
Adentrou o inferno
E recebeu as glórias
Que, apenas os covardes
Têm direito após
Negarem a si mesmos
A honra da luta.

Adeus, Gilda
Burra,
Tola,
Fraca, Gilda!


Kelly McCartney

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Cultura de massa (quase sem rimas)

Para  Milanesi (1997), a cultura de massa não precisa de uma casa, pois ela já adentra nossas casas cotidianamente através dos meios de comunicação de massa.

Agora, Cultura de massa segundo a poesia de Kilsia


Cultura de Massa (quase sem rimas)
Massa
Pobre massa
Representada ou assistida
Pobre massa
Massa
Oprimida

Não um povo que reclama
E entende
Mas massa
Que não reflete
E ainda se faz contente
Faz ou desfaz?

Massa que escuta
Massa que aceita
Massa que incorpora
Prefere não discutir
Não busca mudança
Se satisfaz com esperança

Massa da injustiça
Povo ilusório
Massa da indiferença
Povo de papel
À massa ninguém deu educação
E o povo ficou limitado a uma Constituição

Consciência? Pra que?
Eles são todos iguais
Só não me diga
Que não tenho cultura
Cultura eu tenho...
Cultura de massa
E uma indústria artística revolucionária
Indústria da arte do lucro
Que ignorou meus sentimentos
E congelou meus pensamentos
Cultura eu tenho...
Cultura de massa

sexta-feira, 1 de abril de 2011

"Insônia" Comentário da Professora Andréia Gonçalves Silva

Pessoal,
a professora
Andréia Gonçalves Dias fez um comentário acerca do texto "Insônia"

Ficou demais.

Nosso super obrigado a professora Andréia



Kelly você realmente é uma poetisa!!! Eu já te disse isto é não é de hoje . Depois deste blog, o próximo passo é  participar de um  concurso de poesia .... “bora" menina, você pode ir longe ...

 Agora vamos falar do poema Insônia .... Quem ainda não teve uma noite de insônia? Temos insônia por motivos variados: dor, tristeza, dinheiro, desilusão, stress. Mas a insônia da sua poesia descreve bem a agonia de um personagem da literatura brasileira, o Naziazeno,  do romance “Os ratos” (Dyonélio Machado). A dívida de Naziazeno não o deixava  vislumbrar os sonhos, pois a realidade (pagar o leiteiro) o esperava e causava muita, muita aflição. No segundo semestre de 2010 os alunos da FABCI leram  este romance para o Trabalho Temático e cada um escreveu um ensaio sobre os temas vividos pelo personagem Naziazeno. Seu poema daria uma ótima epígrafe. Parabéns !!!


Andréia Gonçalves Silva

quinta-feira, 31 de março de 2011

"Insônia"

Hello, Folks!

Estamos aqui novamente para mais uma postagem, desta vez vocês irão sentir um pouco do que é a Insônia nas palavras de Kelly McCartney.

Insônia

Noite...
Os olhos atentos
Qual coruja ao relento
Abertos, avermelhados,
Vislumbram o nada...
Nem mesmo os sonhos,
Que se não morreram
Pela impossibilidade
De serem reais,
Estão em coma,
Esperando a realidade.

A boca seca...
Passos pesados,
Da cama para a cozinha,
Da cozinha para a cama,
Conduzem um corpo,
Aflito e cansado.
Mesmo desperto,
Não consegue pensar...
Não há lógica,
Não há raciocínio,
Só um monte de nada...

Dia...
Os raios de sol
Penetram no vermelho
Daquele olhar cansado...
O sono importuno chega,
Quer visitar os sonhos;
Os que estão em coma
E os que jazem frios
No inconsciente.
É só mais um dia
Pensando em nada.


Kelly McCartney



segunda-feira, 28 de março de 2011

Talento da Terra

Além de ter sido um ótimo escritor, Machado de Assis também foi um grande poeta.
Abrimos espaço na Poética de Kelly MacCartney para homenagear esse brasileiro... filho de um negro com uma portuguesa. 

Livros e flores

"Teus olhos são meus livros.
Que livro há aí melhor,
Em que melhor se leia
A página do amor?


Flores me são teus lábios.
Onde há mais bela flor,
Em que melhor se beba
O bálsamo do amor?"


 Machado de Assis       

                

"A Granja", comentário do Professor Ivan Russeff

Pessoal,

o professor Ivan Russeff fez um comentário acerca do texto "A Granja".

Ficou demais.

Nosso super obrigado ao professor Ivan.


Meus caros,
 o poema "A Granja" de Kelly Dayane traz na sua concepção formal (quadras ao gosto popular) e na temática (os dramas existenciais do homem) a marca de seu ideário poético: aparentemente despretensioso e embalado pelas rimas divertidas e imagens jocosas o poema nos surpreende com a sua crítica contundente à nossa condição humana. Afinal, a Granja é a nossa sociedade turbulenta em que somos devorados sem piedade. Não merecemos qualquer sentimento de ternura (nem mesmo da poetisa); não há nenhuma possibilidade de nos solidarizarmos com o destino cruel de quem está ao nosso lado; não esboçamos um gesto, sequer, de revolta. É improvável uma "revolução dos bichos". Afinal, até o galo vai virar coxinha e empada!
Um grande abraço a vocês.

Ivan Russeff 

quarta-feira, 23 de março de 2011

A Granja

Olá, pessoal.


Chegou o grande momento. A Granja, o primeiro poema da Kelly a ser postado aqui no Blog.
 Esperamos que gostem.


Comentem, libertem sua imaginação.


A granja

A penitenciária “Granja Manoel”,
Era habitada por dezenas
De galináceas brancas
Prontas para cumprir suas penas.

Muitas das celas
Em extrema lotação,
Abrigavam mais de dez frangas
Que bebiam água e comiam ração.

Algumas frangas bem nascidas,
Viviam em cela especial
Recebiam visita íntima
E bebiam água mineral

Eram frangas rechonchudas
Da fazenda “Frango Feliz”.
Eram bem alimentadas
Em seus poleiros de tom verniz.

Já nas celas convencionais,
Muitas frangas de quintal
Inclusive - pasmem - um galo,
Estava com elas no local.

Independentemente da origem,
Todas elas morreriam. (até o galo)
Mas, somente após a morte
As penas se cumpririam.

Devido à rebeldia
Das aves danadas
Muitas delas se tornaram
Coxinhas, tortas ou empadas.

Além disso, essas mortes
Que ocorrem todo ano,
Servem apenas para saciar
Os desejos do ser humano.

E como se não bastasse,
Além das aves indefesas,
O homem ainda devora
A si próprio em grandes mesas.

"Kelly McCartney"