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quarta-feira, 23 de março de 2011

A Granja

Olá, pessoal.


Chegou o grande momento. A Granja, o primeiro poema da Kelly a ser postado aqui no Blog.
 Esperamos que gostem.


Comentem, libertem sua imaginação.


A granja

A penitenciária “Granja Manoel”,
Era habitada por dezenas
De galináceas brancas
Prontas para cumprir suas penas.

Muitas das celas
Em extrema lotação,
Abrigavam mais de dez frangas
Que bebiam água e comiam ração.

Algumas frangas bem nascidas,
Viviam em cela especial
Recebiam visita íntima
E bebiam água mineral

Eram frangas rechonchudas
Da fazenda “Frango Feliz”.
Eram bem alimentadas
Em seus poleiros de tom verniz.

Já nas celas convencionais,
Muitas frangas de quintal
Inclusive - pasmem - um galo,
Estava com elas no local.

Independentemente da origem,
Todas elas morreriam. (até o galo)
Mas, somente após a morte
As penas se cumpririam.

Devido à rebeldia
Das aves danadas
Muitas delas se tornaram
Coxinhas, tortas ou empadas.

Além disso, essas mortes
Que ocorrem todo ano,
Servem apenas para saciar
Os desejos do ser humano.

E como se não bastasse,
Além das aves indefesas,
O homem ainda devora
A si próprio em grandes mesas.

"Kelly McCartney"

4 comentários:

  1. Edson, é "Kelly McCartney" a assinatura... kkkkkkkkk

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  2. Olá,
    gostei muito do poema da Kelly...achei q ela foi bem contundente e um pouco cruel...como a vida!

    Bjos e sucesso para o blog!

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  3. Como sempre sagaz, a Kelly nos faz refletir sobre o que cada um de nós (bibliotecários) fazemos em nossas celas (bibliotecas).... Seremos também devorados apenas para saciar o desejo do homem?

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  4. Eu gostei da analogia posta na diferença entre as frangas bem nascidas e as frangas de quintal. Muito instigante. Parabéns!!

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